Mães e Robôs: as emoções na maternidade
- Gustavo Góes
- 5 de mai. de 2024
- 3 min de leitura

"Mãe, cadê meu tênis?". "Manhê, tem cartolina para o meu trabalho de amanhã?". "Você vai ver, vou contar tudo para a minha mãe."
Essas frases, aparentemente aleatórias, ressoam com a realidade de qualquer mãe. Como se essa figura materna fosse dotada de superpoderes de onisciência, onipotência e uma força inesgotável. Acontece, que as forças se esgotam.
Mãe, não robô.
Desde o momento da gravidez, uma montanha-russa de emoções percorre o coração das futuras mães. Esse turbilhão hormonal muitas vezes deságua em ansiedade, depressão e baixa autoestima. No entanto, o apoio da comunidade, da família e do parceiro podem amenizar consideravelmente esses desafios. O suporte durante a gestação e a emoção ao ver o bebê no ultrassom podem ser catalisadores de uma jornada mais tranquila {2, 5}. Isso tudo porque o calor humano nos conecta e dá sentido.
Relacionamentos são um importante fator para as emoções na maternidade.
E esse suporte é crucial também após o nascimento do bebê. Estudos demonstram que a privação do sono eleva os níveis de estresse e pode até levar a comportamentos parentais disfuncionais {6}. Portanto, a presença e a ajuda de outros membros da família durante as noites turbulentas não podem ser subestimadas.
A saúde mental da mulher ao se tornar mãe é um fator que merece atenção de toda a sociedade, pois seus desdobramentos se estendem para a saúde mental da própria criança. Estudos indicam que mães que enfrentam depressão tendem a manifestar maior insatisfação no relacionamento com seus filhos {4}.
Dessa forma, o apoio às mães é crucial para uma comunidade mais saudável e feliz. Esse suporte abrange desde políticas no ambiente de trabalho até a compreensão do papel multifacetado que é ser mãe {1, 3}.
Nesses tempos em que a inteligência artificial avança a passos largos, é importante lembrar que nada é capaz de substituir o afeto e carinho de uma mãe. O toque humano essencial dessa mulher.
Humano, não robô.
Mãe.
No entanto, sei que os desafios podem surgir. Se precisar de ajuda, clique no botão abaixo e deixe-me ser teu auxílio.
Referências:
{1} Arnold, R., Van Teijlingen, E., Way, S., & Mahato, P. (2024). ‘I might have cried in the changing room, but I still went to work’. Maternity staff balancing roles, responsibilities, and emotions of work and home during COVID-19: An appreciative inquiry. Women and Birth, 37(1), 128–136. https://doi.org/10.1016/j.wombi.2023.07.128
{2} Bedaso, A., Adams, J., Peng, W., & Sibbritt, D. (2021). The relationship between social support and mental health problems during pregnancy: a systematic review and meta-analysis. Reproductive Health, 18(1). https://doi.org/10.1186/s12978-021-01209-5
{3} Coelho, M. C., & Häyrén, A. (2023). Women “Having It all”: Family versus Work a Case Study in a Norwegian Company in Brazil. Organizações & Sociedade, 30(106), 448–476. https://doi.org/10.1590/1984-92302023v30n0016en
{4} De Sousa Schwengber, D. D., & Piccinini, C. A. (2005). A experiência da maternidade no contexto da depressão materna no final do primeiro ano de vida do bebê. Estudos De Psicologia, 22(2), 143–156. https://doi.org/10.1590/s0103-166x2005000200004
{5} Leite, M. G., Rodrigues, D. P., Sousa, A. a. S. D., Melo, L. P. T. D., & Fialho, A. V. M. (2014). Sentimentos advindos da maternidade: revelações de um grupo de gestantes. Psicologia Em Estudo, 19(1), 115–124. https://doi.org/10.1590/1413-7372217650011
{6} McQuillan, M. E., Bates, J. E., Staples, A. D., & Deater‐Deckard, K. (2019). Maternal stress, sleep, and parenting. Journal of Family Psychology, 33(3), 349–359. https://doi.org/10.1037/fam0000516
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